CCB - PSIQUIATRAS DA CONGREGAÇÃO DÃO CONSULTAS GRATIS UMA MARAVILHA

CARTA RENÚNCIA DO EX-ANCIÃO JOEL SPINA - PRIMO DO JORGE KOURI


Dallas, 15 de Agosto de 2008


Caros irmãos e irmãs, a paz de Deus esteja convosco.


Desde a minha separação da Congregação Cristã (aqui referida como "CC") em Novembro de 2007, tenho o desejo de informar meus conservos, familiares e amigos mais próximos as razões dessa decisão. Em primeiro lugar quero esclarecer que essa decisão foi tomada depois de prolongada deliberação e muita oração. Não foi feita precipitadamente, de forma reacionária, nem resultado de um evento em particular. Os fatores que provocaram essa decisão se dividem em duas categorias: _ Pontos de doutrina e costumes que estou em completo desacordo com a maioria do ministério da CC;


O comportamento e posicionamento do ministério senior da CC. Há vários pontos de doutrina e fé que estou em total desacordo com a CC. Mencionarei aqui sòmente os que considero mais fundamentais, por razões de tempo.


1. Os membros da CC acreditam que ela é a graça de Deus na Terra. Como devemos todos saber, esse título e honra pertencem a Jesus Cristo, e somente a Ele. A CC iniciou há pouco mais de 100 anos entre imigrantes italianos nos Estados Unidos, e eventualmente se propagou para outros países como Brasil e Portugal. Considerar essa denominação como a manifestação exclusiva da misericórdia de Deus na Terra é simplesmente um absurdo. Essa hipótese nada mais é do que um desrespeito à Obra de Deus, e a dimensão do Seu poder. A CC é uma denominação cristã, entre muitas outras, na Terra. Uma denominação que infelizmente prima pelo espírito de exclusão, quando o exemplo deixado por Jesus Cristo é de inclusão. O impacto dessa falsa doutrina é muito mais destrutivo do que se pode imaginar inicialmente.

2. Os salvos gozarão vida eterna nos céus graças à misericórdia de Deus manifestada na morte e ressurreição de Jesus Cristo, e não resultante do nosso esforço. Sem dúvida alguma, a Palavra nos ensina que os salvos produzirão frutos de honra, aceitáveis, obras que se aproximam cada vez mais do exemplo deixado por Cristo (somos varas da Videira). Tal aperfeiçoamento é resultante da Obra de Deus na vida dos escolhidos, e não decorrente da capacidade humana. O Espírito Santo que habita nos escolhidos é que produz obras e intenções santas na vida do ser humano.

3. A obra de salvação e santificação do ser humano é feita pelo Espírito Santo: essa é a Obra de Deus. Esse trabalho é feito individualmente, de acôrdo com o plano de Deus. O ministério da CC crê que é sua responsabilidade "santificar" o povo, mostrar o caminho à irmandade. Esse posicionamento totalmente errôneo, de caráter presunçoso, ocasiona a publicação frequente de "mandamentos", "ensinamentos", "tópicos" que tentam dar direcionamento à irmandade quanto ao seu comportamento, modo de vestir, comunicação, etc. Essa é uma manifestação do mesmo espírito que guiava muitos Fariseus na época de Jesus, fazendo com que eles tomassem a Lei, e a aplicassem de uma forma extremista no tratamento com o povo, afim de "santificá-lo". Esse espírito foi veemente e constantemente reprovado pelo Senhor e, no entanto ele é amplamente aceito e estimulado na CC.

Como ilustração do tópico acima, o ministério da CC vai buscar no livro de Deuteronômio uma passagem - numa interpretação completamente errada - para proibir as irmãs de usarem calça comprida;

No mesmo espírito, o ministério vai então até o Novo Testamento, nas cartas de Paulo, para proibir seus membros de praticar esportes, uma vez mais com interpretações totalmente fora de contexto. Isso prova a presença desse espírito farisaico que julga, condena e exclui.

Devemos ressaltar, entretanto, que esse mesmo ministério não aplica a lei do Sábado, dos sacrifícios, e muitas outras do Velho Testamento, tampouco o ensinamento de Paulo que dá preferência ao crentes permanecerem solteiros, entre outros. Se o ministério da CC crê que seremos salvos pela Lei, então pelo menos por consistência, deveria aplicar a Lei na sua totalidade, e não escolher os artigos dessa lei que agradam alguns homens da cúpula ministerial.


4. Os cristãos são alimentados espiritualmente pela Palavra de Deus, que é Jesus Cristo: o Caminho, a Verdade e a Vida. Os serviços religiosos na CC, como em qualquer outra denominação, devem promover reuniões onde Deus seja exaltado e o espírito e a mente dos seus membros seja edificada. Essa edificação é obtida através do conhecimento gradual de Jesus Cristo, isto é, das Escrituras.

A CC sempre foi contrária ao estudo da Bíblia. O princípio - outra vez, totalmente errôneo - é que se o ministério e o povo realmente "examinar" - a palavra estudar se tornou um tabu na CC - a Bíblia, Palavra de Deus, então estaríamos tomando o lugar do Espírito Santo; como se a Palavra de Deus, Jesus Cristo, o Pai, e o Espírito Santo fossem entidades diferentes!

5. Limitados por essa reconhecida ignorância das Escrituras, o que podem então os ministros - anciães e cooperadores - proporcionar à irmandade durante os serviços de culto? Só lhes resta ministrar promessas (erradamente referidas como profecias na CC), testemunhos espetaculares e fábulas, manifestações de emoção e ruído (erradamente atribuídos ao Espírito Santo), etc. Esse comportamento inadequado, baseado em falsas doutrinas, transformou a CC num dos grupos que menos conhece as Escrituras entre os Cristãos. Uma das sérias consequências de tal desconhecimento é a tremenda ênfase na aparência externa dos seus membros, em detrimento do fato fundamental de que a obra de Deus é uma obra de sentimentos, de intenções, espiritual.

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