CCB - JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ OU PELAS OBRAS

Desde sempre venho ouvindo a frase: “Texto fora do contexto é pretexto”. E de fato isso é uma grande verdade. As pessoas decoram uma série de versículos e os verbalizam adequando-os no seu contexto, mas se esquecem que o escritor o registrou em outro contexto. E isto é mais comum do que se pode imaginar. Vez por outra ouço na igreja: “Tudo posso naquele que me fortalece”. Este versículo fora do contexto é má frase triunfalista, de alguém que pode conquistar seus alvos, que pode obter todas as coisas. Por esta razão, este versículo é o mais repetido pelos pregadores da teologia da prosperidade, que apregoam a ideia do super crente. “Você pode ter saúde, você pode ter dinheiro, você pode ter sucesso... tudo posso naquele que me fortalece!” Mas será que era essa a intenção de Paulo quando registrou tais palavras? Vejamos o contexto: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.” (Fl 4:11-14) Paulo estava dizendo que: quer eu seja humilhado, quer eu seja honrado, quer eu esteja na fartura, quer eu esteja na fome, quer eu esteja na abundância, quer eu esteja na escassez, “tudo posso naquele que me fortalece”. Em outras palavras ele estava dizendo “tudo posso suportar”. Outro bastante usado é: “Somos mais do que vencedores”. Usado fora de seu contexto, esta frase transmite a falsa ideia de que a vida do crente “é só vitória”, como costumam dizer alguns. Mas o apóstolo Paulo especificou em quais situações é que somos mais do que vencedores. O versículo completo diz o seguinte: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Rm 8:37). “Em todas estas coisas...” Quais coisas? A resposta, bem como o entendimento para este versículo, está em seu contexto: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” (Rm 8:35-37) Ao contrário de uma vida isenta de lutas e sofrimento, o apóstolo Paulo declara que somos mais do que vencedores nas seguintes circunstâncias: Tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou espada. E, qual a nossa vitória, em meio a tantas adversidades? Novamente, o contexto nos responderá: Artigos Relacionados Os Pais da Igreja e a Doutrina da Criação Apologéticos O que a igreja primitiva acreditava sobre a criação? Em seus primeiros 16 séculos, a igreja ensinou... Todos os Dias São Iguais? Analisando Romanos 14:5-6 Sábado, Dia de Descanso e Adoração Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um... Sobre o grave erro na concepção de universo Respostas para a paranormalidade e astrologia A astrologia faz cálculos acreditando que os astros estão equidistantes uns dos outros. Mas, o céu... Sobre a natureza da doutrina dos espíritos Respostas para a paranormalidade e astrologia A Bíblia responde que nos últimos tempos alguns ... seguirão espíritos enganadores e doutrinas... “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!” (Rm 8:37-39) A nossa grande vitória é não duvidar deste amor que Deus tem por nós, provado em nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda que venha tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, ou mesmo a morte, nada poderá nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! Analisaremos agora um grande chavão quem tem muito apreço por parte de muitos impostores. “Não toqueis nos meus ungidos” (Salmos 105:15). Quando olhamos numa primeira vista sem levar em conta o seu contexto nos parece que de fato esse texto é uma regra geral. Mas, será mesmo? Não há nenhuma dúvida que o texto em questão bem como o seu contexto esta relatando acerca dos patriarcas, os ungidos do Senhor. Uma vez que o título de “ungido do Senhor” é tipicamente usado no Antigo Testamento, aos reis de Israel (1 Rs 12:3-5; 24.6-10; 26.9-23; Sl 20:6; Lm 4:20) e aos patriarcas, em geral (1 Cr 16:15-22). É importante lembrar, que nem todos que afirmam ser “ungidos” de fato os são. Posto que o próprio Jesus disse: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7:21).

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